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Eletrônica Industrial
Aula  06:  Diodo de 4 Camadas Unilateral - Retificador Controlado de Si (SCR)

1  Diodo de Quatro Camadas Unilateral
   O  estudo dos tiristores deve começar pelo dispositivo que origina toda  a familia, o diodo  de  quatro camadas ou diodo Shockley (não  confundir com o diodo Schottky, diodo com duas camadas e usado para altas frequencias). A  Figura 1  mostra a estrutura, simbolo e curva caracteristica desse diodo.




Figura 1 - Diodo de  quatro  camadas unilateral ( a ) Estrutura  de 4 camadas ( b )  Símbolo ( c ) Curva característica


     Com polarização reversa o diodo se comporta como um diodo comum,  apresentando altíssima resistência. Se a tensão reversa  exceder a tensão de breakdown  (UBK)  o  diodo será destruído.  Com polarização direta o diodo apresenta alta resistência  enquanto a tensão aplicada for menor do que um valor chamado de   tensão de breakover (UBO). Acima deste valor  o dispositivo dispara, passando a conduzir, somente voltando a cortar quando  a tensão de anodo (corrente)  de anodo cair abaixo de um valor chamado de  tensão (corrente) de manutenção, UH (IH).

Qualquer mecanismo que provoque um aumento interno de corrente  pode disparar a estrutura de 4 camadas, os principais sãof31:

  • Aumento de tensão, o proprio Diodo de 4 Camadas;
  • Injeção de corrente (SCR - Diodo controlado);
  • Incidencia de radiação luminosa (LASCR - Diodo controlado por luz);
  • Taxa de variação de tensão (dv/dt)  e aumento de temperatura, mecanismos indesejaveis.

         Para  explicar o disparo da estrutura de 4 camadas é usado o modelo com dois transistores,  um NPN e outro PNP como na figura 2  a seguir.



Figura 2 - Diodo de 4 camadas unilateral - Circuito equivalente com transistores

 A corrente de anodo pode ser determinada  em função  dos ganhos de corrente dos transistores (1 e 2) resultando a expressão  a seguir:

                                                                     

        A expressão mostra que, para baixos valores  de corrente  a<<1   e portanto

                                                                     


     Nessas condições os dois transistores estão no corte pois  os valores dos a  são      baixos,  então a corrente de anodo tem valor próximo da corrente  de fuga (ICBO).
   Quando a tensão aplicada se aproxima da tensão  de disparo, os valores dos ganhos aumentam e a1+a2 tende para 1. Nessas condições a corrente de anodo aumenta muito então ocorre o disparo. Esse mecanismo de disparo é por tensão. Caso seja injetada  uma corrente em um  terceiro terminal  o disparo é por injeção de corrente e pode ocorrer com  valores de tensão de anodo bem abaixo da tensão de breakover.

 2   Retificador Controlado de Silicio (SCR)
  2.1  Introdução  
            Um SCR (Silicon Controlled Rectifier - Retificador controlado de Si) é basicamente um diodo de 4 camadas unilateral no qual  foi  colocado um terceiro eletrodo  chamado de gate (G) ou porta  usado para controlar o disparo do  diodo por injeção de corrente.
Obs: Não existe o similar de Ge , pois o Ge é altamente dependente da temperatura.




                                      ( a )                                 ( b )                                                       ( c )                                                                                ( d)
Figura 3 -  SCR  ( a ) Estrutura  de 4 camadas ( b )  Símbolo ( c ) Curva característica  ( d ) Encapsulamento e pinagem


2.2   Regiões de  Operação do SCR
       O  SCR tem três regiões de operação, consideradas a  seguir, com IG = 0 :
2.2.1   Bloqueio Reverso
      O  anodo é  negativo  em relação ao catodo, UAK<0, nessas condições o SCR se  comporta exatamente como um  diodo  comum. Se a tensão reversa  aumentar  além  da tensão de breakdown (UBK ), o SCR será  destruído pelo efeito avalanche.


Figura 4 - SCR  polarizado  reversamente - Bloqueio reverso

 
2.2.2   Bloqueio Direto
       O anodo é positivo em relação ao catodo, mas  a tensão  de anodo não é suficiente para  disparar o SCR. Para  disparar o SCR com o gate aberto (IG = 0 ) é necessário que  a tensão de anodo atinja   um valor chamado de tensão de breakover (UBO ). Se UA for menor do que UBO  o SCR continuará cortado.



Figura 5 - SCR polarizado diretamente - Bloqueio direto

2.2.3    Condução (Disparo)
      Quando a tensão de anodo atingir  o valor  UBO, o SCR dispara,  isto é, a corrente de anodo passa bruscamente de   zero para um valor determinado pela resistência em   série com o SCR. A tensão no SCR cai para um valor baixo  (0,5 V a 2 V dependendo da corrente IA).




Figura 6 -  SCR  polarizado  diretamente após o disparo

         Após  disparar, o SCR passa da condição de alta resistência para  baixa resistência. A tensão de anodo cai para um valor baixo (  0,5 V a 1,5 V ). O SCR só volta a cortar quando a tensão (corrente)  cair abaixo de um  valor  chamado de tensão  (corrente)  de manutenção, UH (IH) cujo valor depende  do tipo de SCR .Por exemplo,  o TIC106 tem IH@   0,5 mA  enquanto o TIC116 tem    IH @ 15 mA.   

             Como  visto anteriormente, um diodo de 4 camadas pode ser representado por dois transistores  ligados com realimentação de um para o outro. Se for adicionado um terceiro eletrodo, a porta ou gate, pode ser  injetado corrente nesse terceiro terminal, disparando  a estrutura de 4 camadas para valores de tensão menores do que UBO. Na  realidade quanto maior for a corrente injetada menor a tensão de anodo  necessária para disparar a estrutura de 4 camadas, daí o nome  de Diodo Controlado de Si,SCR (S para esse dispositivo. Obs: Não é possivel construir esse dispositivo com Germanio (Ge).



Figura 7 - Circuito equivalente para  o SCR

2.2.4  A Porta (Gate)

         Se  for injetado uma corrente na porta (gate), será  possível disparar o SCR com  tensões de anodo bem menores do que   UBO. Quanto maior a   corrente de porta injetada, menor a tensão de anodo   necessária para  disparar o SCR, dai o nome diodo controlado.  
        Após o disparo o gate perde o controle o sobre o SCR, isto  é, após o disparo o gate pode ser aberto ou curto circuitado  ao catodo que o SCR continua conduzindo. O SCR só volta ao corte quando  a corrente de anodo cair abaixo da corrente de manutenção (IH), ou a tensão de anodo cair abaixo da tensão de manutenção (UH).
        A tensão máxima  que  pode ser aplicada entre  anodo e  catodo no sentido direto com IG = 0 como vimos é chamada de  UBO, mas muitas vezes é designada de VDRM esta  informação muitas vezes vem codificada no corpo do SCR, por exemplo :  



( a )                                                                        ( b )
Figura 8 - ( a )  Diferentes tipos de SCR  106   ( b ) Pinagem e encapsulamento TO-220
                           Outra  informação importante é a máxima tensão reversa  que pode ser aplicada sem que ocorra breakdown, é designada por VRRM, tipicamente é  da mesma ordem de VDRM. Os valores de corrente  também devem ser conhecidos, IT, é a máxima  corrente que o SCR pode manipular e pode   ser especificada em termos de valor continuo ou eficaz (RMS) e depende  da temperatura e do ângulo de condução (qF). Por exempo, o TIC  106 pode conduzir  uma corrente  continua de até 5 A. A Figura 8a mostra a familia 106 para dois fabricantes  Texas (TIC) e Motorola (MCR)   com a máxima tensão especificada.
A  corrente de gate necessária para disparar o SCR é designada IGT e pode ser da ordem de mA  no caso do TIC 106.

3  Circuitos com SCR em CC
      Se a alimentação do anodo é   CC,  deve ser previsto circuito de reset após o SCR disparar. Na Figura 9a o disparo é feito pressionando momentaneamente a   chave S1, e o reset é feito pressionando momentaneamente S2. No circuito da Figura 9b,  o disparo é feito pressionando momentaneamente a   chave S4, e o reset é feito pressionando momentaneamente S3.  Observe que em um caso, o reset é feito fazendo UA=0 e no outro fazendo IA=0.




                                                           ( a )                                                                                                              ( b )
Figura 9 -  SCR  - Circuitos de disparo por CC ( a ) reset com UA=0    ( b ) Reset com IA=0
Fonte: Multisim v. 14


   Observe as diferenças entre o disparo na Figura 9a e Figura 9b. Na Figura 9a, o botão NA ( Normal Aberto), S1,  ao ser pressionado momentaneamente, injeta uma corrente no gate que dispara o SCR. A chave não precisa ser mantida pressionada.
    No caso da Figura 9b, a chave que dispara é  NF ( Normal Fechada), S4. Quando está fechada, não permite que corrente entre no gate. Ao ser aberta momentaneamente, a corrente em R2 entra no gate, disparando o SCR. Apos o disparo, o gate pode ser aberto ou ligado ao catodo. O reset é feito abrindo momentaneamente a chave S3.

4  Experiência:  Diodo de 4 camadas e SCR -  Circuito equivalente  com transistores
4.1  Abra o arquivo   ExpEN2_11  Diodo de 4 camadas e  SCR  circuito equivalente (Multisim 14) e identifique o circuito da Figura 10. Inicie a simulação e verifique o funcionamento atraves das chaves S1 (D no teclado) para disparar e S2 (R no teclado) para resetar.



Figura 10 - Circuito equivalente do SCR (Diodo Controlado) com transistore
Fonte: Multisim v. 14
Arquivo Multisim Live


4.2 Escreva suas conclusões.

5  Experiência:  SCR em CC - Disparo por CC  com carga CC
5.1  Abra o arquivo ExpEN2_12  SCR com disparo em CC e carga CC   e identifique os circuitos da Figura 11. Inicie a simulação e verifique o funcionamento atraves das chaves S1 (D no teclado) para disparar e S2 (R no teclado) para resetar no circuito de reset fazendo UA=0. Repita o procedimento para o circuito de reset fazendo IA=0 usando as chaves S4 e S3.



                                                  ( a )                                                                                                    ( b )
Figura  11 - Circuito de disparo em CC com carga CC ( a ) Reset fazendo UA=0     ( b ) Reset fazendo IA=0
Fonte: Multisim v. 14


Arquivo Multisim Live  - Figura 11a                                                                                                          Arquivo Multisim Live  - Figura 11b
                                                                                                                     


5.2 Abra o arquivo ExpEN2_12A  SCR com disparo em CC e carga CC Indutiva   (Multisim 14) identifique os circuitos da Figura 12. Inicie a simulação e verifique o funcionamento inicialmente com a chave S3 aberta (sem diodo).Dispare o SCR usando a letra D do teclado.  Reset o SCR usando a chave S2 (letra R do teclado). O SCR não corta pois a carga é indutiva e em consequencia aparece uma FCEM (Força Contra Eletromotriz) que se opõe a diminuição da corrente impedindo que o SCR corte. A adição do diodo D2 em paralelo com a bobina do SCR elimina essa FCEM perimitindo o reset.


Figura 12 - Circuito de disparo CC carga CC indutiva (Relé)
Arquivo Multisim Live

5.3 Escreva as suas conclusões.
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